Em 2022 comemora-se o Bicentenário da Independência do Brasil e ao mesmo tempo comemoram-se também vários eventos-chave que marcaram a história do país.
Nesse contexto, os significados das temáticas relativas a comemorações e memórias assumem um papel importante e nos levam a refletir sobre seus significados em 1922 e como repercutem e são relidos hoje.
Revisitar os eventos e as manifestações de diferentes setores da sociedade brasileira que tiveram lugar em 1922 e nos anos seguintes, estimulados pelo Centenário da Independência, é um caminho instigante para perceber que elementos da memória e da identidade brasileira foram selecionados, exaltados e esquecidos e como, agora no Bicentenário, estão voltando à tona.
Alguns pontos de convergência entre essas duas conjunturas podem ser destacados: uma sucessão presidencial marcada por crise política e forte polarização, o temor das notícias falsas, a busca de sustentação militar, os efeitos das pandemias e as lutas permanentes por saúde, educação e combate às desigualdades.
Apesar dos pontos em comum entre as conjunturas de 1922 e 2022, há também grandes diferenças: a crise política atual e a forte polarização não são, como em 1922, decorrência de embates entre oligarquias que se polarizaram em torno de projetos distintos para o país. Hoje elas dizem respeito mais a conflitos entre as classes sociais e a polarizações em torno de questões que extrapolam o plano mais estrito da economia. A presença de fake news hoje se dá numa escala muito maior do que em 1922, espalhando-se, inclusive, para outros campos além da política, como o da atual pandemia, no que ela também adquire sentidos distintos da pandemia de 1919. Por outro lado, a busca de sustentação militar, em 1922, se defrontava com cisões visíveis nas Forças Armadas, o que hoje não se verifica.
Este livro reúne 10 trabalhos de 12 autores destinados a revisitar os grandes temas que marcaram 1922 e, de forma mais geral, a década de 1920.
Sumário
Apresentação: 1922: O passado no presente – disponível para leitura. Marieta de Moraes Ferreira | 7 |
CAPÍTULO I: Sucessão presidencial e crise política em 1922 Marieta de Moraes Ferreira | 13 |
CAPÍTULO II: 1922, o Brasil passado a limpo: herança do passado, escolhas do presente e desenho do futuro Marly Motta | 33 |
CAPÍTULO III: O Centenário da Independência: exposição e museus históricos Lucia Lippi Oliveira | 53 |
CAPÍTULO IV: Década de 1920 e os desafios da educação Helena Bomeny | 81 |
CAPÍTULO IV: O valor social da ciência e o debate sobre a nação na década de 1920 Simone Petraglia Kropf e Dominichi Miranda de Sá | 105 |
CAPÍTULO VI: Ciência e universidade no Rio de Janeiro na década de 1920 Antonio Augusto Passos Videira | 127 |
CAPÍTULO VII: Depois de uma pandemia: a saúde pública no Brasil dos anos 1920 Gilberto Hochman | 145 |
CAPÍTULO VIII: Um olhar de gênero nas comemorações da Independência do Brasil: 1922-2022 Hildete Pereira de Melo e Débora Thomé | 165 |
CAPÍTULO IX: Dos “negros modernos”: sobre personagens, debates e experiências ausentes, c. 1920, São Paulo Flávio dos Santos Gomes | 183 |
CAPÍTULO X: Tempo, fonografia e o ser moderno com a tecnologia na década de 1920 Denise da Silva de Oliveira | 207 |
Sobre os autores | 231 |
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