O capítulo de Hildete Pereira de Melo e Débora Thomé, “Um olhar de gênero nas comemorações da Independência do Brasil: 1922-2022”, tem como objetivo apresentar um quadro geral das lutas das mulheres pela cidadania no Brasil, tendo como eixo os eventos ocorridos em 1922. Retrocedendo à proclamação da República, as autoras recuperam as lutas feministas por ocasião da Constituição de 1891 para obter o direito de participação política no novo regime e os projetos de lei que pretendiam conquistar a obtenção do sufrágio feminino, ao longo das décadas seguintes.
O texto destaca ainda o papel das principais lideranças femininas, especialmente Bertha Lutz, na criação da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino (FBPF), em 9 de agosto de 1922. Os eventos comemorativos importantes para ativar as lutas feministas e recolocar em pauta o direito de voto das mulheres.
No texto as autoras lembram que “A história, em sua versão oficial, terminou, na maioria das vezes, relegando as mulheres ao esquecimento, como se estivessem fora do tempo dos acontecimentos. A pesquisa permite transformar o silêncio sobre a lembrança social das mulheres em resgate e reconhecimento da memória, para que, então, os elos entre o passado e o presente com o futuro tenham a capacidade de reforçar seu papel não apenas no lar, mas também na pólis e nos processos de transformação social”.
1922. O passado no presente. Permanências e transformações 
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