O Capítulo de Lucia Lippi focaliza o significado das comemorações do Centenário da Independência elegendo como eixo as relações Brasil/Portugal, o antilusitanismo desenvolvido ao longo das décadas republicanas e em especial a emergência de um forte nacionalismo no país.

Um segundo eixo de análise volta-se para o significado da arquitetura como expressão da valorização do passado colonial brasileiro dando origem ao chamado estilo neocolonial que, exibido na Semana de Arte Moderna realizada em São Paulo, foi considerado moderno e brasileiro.

O artigo menciona ainda como as comemorações do Centenário da Independência levaram à valorização e releitura de diferentes passados em São Paulo e no Rio de Janeiro, que deram origem à reinauguração do Museu Paulista em São Paulo e a criação do Museu Histórico Nacional no Rio de Janeiro.

“Comemorar”, diz a autora, “significa lembrar junto. E a lembrança ou a memória, (…), não é um fenômeno social que acontece de forma natural, espontânea. Pessoas, instituições, conjunturas, o passar do tempo e o ensino da história atuam na construção de tais lembranças. Para ser possível explorar como a Independência do Brasil foi lembrada em 1922, temos que nos perguntar o que foi valorizado, o que havia em comum e que passou a ser lembrado à época”.


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